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Hipnose

O médico austríaco, Franz Anton Mesmer (1734 -1815), ao tratar pacientes neuróticos, além de empregar a técnica da hipnose, a qual ele originou e que veio posteriormente a ser aceita como uma técnica terapêutica, também se utilizava de ímãs, pois acreditava que uma força oculta fluía do hipnotizador para o paciente.
Sigmund Freud ao estudar com Charcot, na França, em 1885, ficou impressionado com o potencial terapêutico da hipnose para o tratamento de distúrbios neuróticos. Ao voltar para Viena, ele empregou a hipnose em seus pacientes com o intuito de facilitar a lembrança de eventos perturbadores aparentemente esquecidos. Conforme ele começou a desenvolver a Psicanálise, suas considerações teóricas bem como a dificuldade que encontrou para hipnotizar alguns de seus pacientes, levaram-no a descartar a hipnose em favor da associação livre.

A hipnose pode ser auto-induzida através de técnicas de relaxamento ou de várias práticas disseminadas em cultos religiosos, filosóficos ou místicos.

A indução da hipnose é geralmente precedida pelo estabelecimento de uma relação harmoniosa entre o hipnotizador e o paciente, quando este último deve demonstrar confiança e estar disposto a cooperar durante todo o processo hipnótico.

Geralmente o hipnotizador prende a atenção do paciente, enquanto murmura sugestões monótonas e repetitivas.

A hipnose, um fenômeno de gradações, que varia de transes leves a profundos, caracterizado por um alto grau de sugestionabilidade, constitui-se num estado alterado de consciência, completamente diferente dos estados de vigília ou sono, durante o qual a atenção retirada do mundo externo concentra-se em experiências mentais, sensoriais e fisiológicas.

O sujeito hipnotizado parece seguir instruções de forma automática e acrítica. Durante a hipnose sua percepção do mundo real é balizada pelas sugestões do hipnotizador, as quais são literalmente seguidas, mesmo que estejam em total desacordo com os estímulos que lhe são impingidos. Neste sentido, o fenômeno tem sido descrito como sendo um estado de 'quase-sonho', sugerindo um funcionamento mental regredido por parte do sujeito hipnotizado.

A amnésia pós-hipnótica pode tanto ser o resultado espontâneo de um transe profundo como também da sugestão do hipnotizador durante o transe hipnótico. Por outro lado, ela pode ser removida com êxito através de sugestões hipnóticas adequadas. Se a amnésia for induzida durante o transe, posteriormente, quando o indivíduo estiver em estado de vigília, não ficará ciente da fonte do seu impulso para se comportar de acordo com a instrução recebida.

Por outro lado, a hipermnésia - capacidade de memória que transcende a habilidade cotidiana - é um outro aspecto do comportamento hipnótico, quando o sujeito consegue se lembrar de vivências profundamente reprimidas, não tendo porém nenhuma lembrança delas ao nível normal de consciência. O reviver de lembranças precoces reprimidas pode, porém, estar mesclado à fantasias.

A hipnose vem recebendo endôsso oficial como método terapêutico por parte de médicos, psiquiatras, dentistas e psicólogos do mundo inteiro.




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