Fronteiras


Toda palavra delimita fronteiras

Limita o ângulo dos sonhos

Meu coração nunca me deu direito a escolhas

O teu deu-te direito à ausência

A afastar-te da proteção de minhas muralhas

Uma proteção que guardava só pra ti

Tuas razões me deixaram sem chão

Teu coração nunca respondeu ao meu "Te Amo"

Justo eu, que não queria verbos

Só a emoção latejante ou fibrilante do teu peito

Recolhi-me à torre onde até hoje estou

Dividindo alegrias comigo mesmo

Por isso a dor bate latente

Sem o calor da possibilidade, sonho

Insisto desnecessariamente no sofrido "Eu Te Amo"

Como se meus lábios tivessem vontades próprias

Como se o erro nunca houvesse existido

Sou hoje, fiel estudante do destino

Aprendo na razão de tantas verdades

Estudo o porquê de tanta clausura

Mas, não compreendo a solidão

de um amor que bate forte, firme,

Sem escolhas.
 
gentilmente enviado pelo poeta Sander Lara (MG), autor de "O Extremista" [1999] (02.01.2000)
 
<bgsound src="corchs03.mid"> Chick Corea/Children's songs, sequenced by Jorge Franganillo
 
Poesia&Imagem