Os matizes das águas que invadem minha vida, são enormes aquarelas. Como aquelas do pintor em anonimato. E de fato essas poças, muito moças, brilham mais do que as noites de um verão de adrenalina. A menina bronzeada. Mil carros na calçada. E as luzes refletindo... Repetindo o mar batendo. Refazendo a chuva forte bem mais rápida que a sorte de um dia virar rio. Sem o frio dessa água descendo lá dos céus, rasgo os véus dessa rotina idiota de bater de porta em porta pra pedir felicidade. Nessa idade que já tenho qualquer água já me serve pra beber com os amigos. São Rodrigos e Renatos em retratos frente ao mar. O luar. O nadar de madrugada pelas águas infestadas de piranhas tão sinceras. Aquarelas, essas águas misturadas com saber. Com o fazer do dia a dia a estranha maravilha de sorrir pra não chorar. De lutar pra não partir. De parir pra não matar. De mergulhar e ser siri. De ser sem ir e não voltar. |
Poesia&Imagem Eu e a Brisa/Johnny Alf Coisas Submersas Paulo Garcia/Psicólogo (RJ) do livro "Das Tripas, Emoção" gentilmente enviada em 06.04.99 |